O CEO da Google, Eric Schmidt, o presidente da News Corp, Rupert Murdoch, e o fundador e CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, estarão reunidos na França. A cidade de Paris será palco para uma reunião do e-G8 que discutirá a regulamentação da internet.
A reunião acontece pouco depois que Twitter e Facebook ganharam grande destaque político em todo o mundo após desempenharem um papel importante e dar impulso às manifestações pro-democracia no mundo árabe.
Mas nem tudo são flores, as contraditórias visões sobre a internet - em especial sobre como deve ser regulamentada - aparecem no discurso de empresas líderes de mercado com Amazon e Google e uma leva de sites de redes sociais, que enfrentam a oposição de governos ao seus métodos de trabalho que, segundo os legisladores, não protege a privacidade dos usuários ou os direitos autorais de obras publicadas na internet.
O fórum, que acontece entre terça e quarta-feira, cujas conclusões serão apresentadas aos líderes do G8 no balneário francês de Deauville no final da semana, será de grande valia para que as empresas do Vale do Silício defendam o que muitos acadêmicos já alertaram. O grupo aponta que uma internet 'censurada' não permitirá a inovação e a circulação de informação.
Uma outra visão, adotada por muitas empresas de mídia, defensores da privacidade dos usuários e governos de diferentes países, é a favor de uma maior regulamentação para domar eventuais excessos e abusos on-line, como cibercrimes, pornografia infantil e a reprodução de conteúdo sem o pagamento de direitos autorais.
A News Corp, cujo presidente-executivo Rupert Murdoch estará entre os palestrantes do fórum, liderou um movimento para conter a enxurrada de informações on-line grátis, cobrando de seus leitores e espectadores o acesso ao conteúdo na web.
Já John Perry Barlow, um dos membros fundadores da Eletronic Frontier Foundation, faz campanha pelos direitos civis na internet. - Nós estivemos tentando civilizar ciberespaço por 22 anos - disse ele à Reuters quando perguntado por que ele estava participando do fórum. - É uma boa idéia estar presente quando tentam tirar alguns dos valores que prezamos.
Hubert Burda, executivo-chefe e proprietário de uma revista alemã e de um conglomerado de jornais, disse à Reuters que o fórum foi um primeiro passo positivo de um governo europeu.
- É a primeira combinação entre a política europeia e a web mundial - disse ele. - Muitos governos europeus estão atrasados na compreensão da revolução digital.
O presidente francês Nicolas Sarkozy reconheceu que ele assumiu um risco durante seu impulso em realizar o encontro no país.
- Precisamos ouvir as aspirações e necessidades - disse Sarkozy à centenas de executivos e jornalistas, em Paris. - Vocês precisam entender os nossos limites.
Líderes como Sarkozy dizem que o ritmo alucinante do crescimento da web e da evolução da tecnologia muitas vezes deixou reguladores para trás. Ele disse que um equilíbrio é necessário para evitar o uso indevido da internet - como proteger as crianças - e reforçar o seu potencial como ferramenta para o crescimento econômico.
- Esse é o objetivo a que vamos tentar chegar: para manter o que foi produzido e, ao mesmo tempo, entender que existe um valor mínimo de regras que não impedirá o seu desenvolvimento, mas permitirá que possamos continuar juntos em direção a taxas de crescimento maiores - disse Sarkozy.
A conferência de Digerati é considerada a primeiro de seu tipo, a ser realizada com participação dos oito países mais poderosos (EUA, Canadá, Reino Unido, Japão, Alemanha, Itália e Rússia e França).
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário