quinta-feira, 5 de julho de 2012

A pedra no caminho

Conta-se que um rei que viveu num
país além-mar, há muito tempo
atras, era muito sábio e não
poupava esforços para ensinar
bons hábitos a seu povo.

Freqüentemente fazia coisas que pareciam estranhas e
inúteis; mas tudo que fazia era para ensinar o povo a ser
trabalhador e cauteloso.
Nada de bom pode vir a uma nação - dizia ele - cujo povo
reclama e espera que outros resolvam seus problemas.

Deus dá as coisas boas da vida a quem lida com os
problemas por conta própria.
Uma noite, enquanto todos dormiam, ele pôs uma enorme
pedra na estrada que passava pelo palácio. Depois foi se
esconder atrás de uma cerca, e esperou para ver o que
acontecia.

Primeiro veio um fazendeiro com uma carroça carregada
de sementes que levava para a moagem na usina.
Quem já viu tamanho descuido? Disse ele contrariado,
enquanto desviava sua carroça e contornava a pedra.
Por que esses preguiçosos não mandam retirar essa pedra
da estrada?
E continuou reclamando da inutilidade dos outros, mas
sem ao menos tocar, ele próprio, na pedra.

Logo depois, um jovem soldado veio cantando pela
estrada. A longa pluma de seu quepe ondulava na brisa, e
uma espada reluzente pendia da sua cintura.

Ele pensava na maravilhosa coragem que mostraria na
guerra e não viu a pedra, mas tropeçou nela e se estatelou
no chão poeirento.
Ergueu-se, sacudiu a poeira da roupa, pegou a espada e
enfureceu-se com os preguiçosos que insensatamente
haviam largado aquela pedra imensa na estrada.
Então, ele também se afastou sem pensar uma única vez
que ele próprio poderia retirar a pedra.
E assim correu o dia...

Todos que por ali passavam reclamavam e resmungavam
por causa da pedra no meio da estrada, mas ninguém a
tocava.
Finalmente, ao cair da noite, a filha do moleiro por lá
passou. Era muito trabalhadora e estava cansada, pois
desde cedo andava ocupada no moinho, mas disse a si
mesma:

Já está escurecendo, alguém pode tropeçar nesta pedra e
se ferir gravemente. Vou tirá-la do caminho. E tentou
arrastar dali a pedra. Era muito pesada, mas a moça
empurrou, e empurrou, e puxou, e inclinou, até que
conseguiu retirá-la do lugar.

Para sua surpresa, encontrou uma caixa debaixo da
pedra. Ergueu-a. Era pesada, pois estava cheia de alguma
coisa. Havia na tampa os seguintes dizeres: "esta caixa
pertence a quem retirar a pedra".
Ela a abriu e descobriu que estava cheia de ouro.

O rei então apareceu e disse com carinho:
Minha filha, com freqüência encontramos obstáculos e
fardos no caminho.
Podemos reclamar em alto e bom som enquanto nos
desviamos deles, se assim preferimos, ou podemos erguê-
los e descobrir o que eles significam.

A decepção, normalmente, é o preço da preguiça.
Então, o sábio rei montou em seu cavalo e, com um
delicado boa noite, retirou-se.

***
Não há dor sem causa nem lágrimas sem procedência
justa. Nossos obstáculos de agora foram tecidos por nós
mesmos. Tenhamos, pois, a coragem de eliminá-los a
golpes de esforço próprio baseados na caridade, que é luz
acesa em nosso roteiro de ascensão para Deus.

Autor:
Autor desconhecido.


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